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30 abril 2010

Os mistérios de Alice

Assisti ao filme Alice no país das maravilhas, Fantástico, tanto pelo 3D, quanto pelo elenco, pelos efeitos visuais, enredo... Tudo estava muito bom mesmo, atingiu minhas expectativas (que não eram poucas, diga-se de passagem).

Depois que o filme acabou eu fiquei pensando na Alice...
Pobre Alice ou Feliz Alice?
Será que ela é doida? Vê e escuta coisas que não existem?
Ou simplesmente ela é feliz? Aprendeu que acrescentando um pouco de fantasia na vida ela se torna mais interessante?


Não sei...

Esse filme me lembrou o 'Labirinto do fauno', que também é muito bom. As duas protagonistas me parecem bastante felizes, criaram uma fantasia pra ajudar a superar as dificuldades, a esquecer um pouco dos problemas dessa vida difícil. Isso é ser louco? Louco pra mim é quem leva a vida muito a sério.


Uma das cenas que achei mais pertinente no filme da Alice foi a que se segue a um dos primeiros contatos dela com o país das maravilhas, ainda criança ela se acorda assustada contando ao pai que viu um coelho que veste paletó, um gato risonho e um chapeleiro maluco... Então, depois de contar seu sonho ela diz
mais ou menos assim:
-Pai, acho que estou ficando louca! -Sim, está mesmo completamente pirada, maluca. Mas deixa eu te contar uma coisa, essas são as melhores pessoas.
E num é que o pai dela tem mesmo razão... Uso as mesmas palavras, como são legais, divertidas e espontâneas, sinceras e brincalhonas as pessoas tidas como 'loucas'. Se Alice é de fato louca eu não sei, mas receio que ela misture a realidade e a fantasia a ponto de não mais conseguir distingui-las, tornando-as portanto indissociáveis. Para muitas pessoas isso já é o suficiente pra chamar alguém de louco, para outros não.

No filme tem um ser bastante sábio, que sempre estimula Alice a pensar, a se questionar, ele é uma lagarta azul e não poderia ser outro animal, sendo uma lagarta certamente se tornaria uma borboleta um dia; e esse é o animal perfeito pra exprimir a ideia que o autor quis passar, de que há dois mundos (o da realidade e o da fantasia). Alice aprendeu a passear pelos dois mundos, como o tempo passeia por entre as estações do ano.

Outra coisa que me chamou a atenção foi o fato de todo aquele 'país das maravilhas' ter ressurgido justamente num momento em que ela estava submetida à elevada tensão, ela soube que ia ser pedida em compromisso diante de todos os convidados, que aguardavam convencidos de que ouviriam um convicto e sonoro SIM. Mas Alice não queria casar-se, não com aquele cara. E seria difícil dizer um não, seria desapontador. Por isso ela não aguentou tamanha pressão, pudera, precisou fugir da realidade por alguns instantes (desmaiou?), mergulho nas profundezas do mundo subterrâneo, ou subconsciente. Se na 'vida real' ela não podia ou tinha dificuldade em seguir suas próprias escolhas, no seu mundinho particular ela poderia decidir o que quisesse, ela mesmo disse várias vezes 'esse sonho é meu, eu decido, eu que digo, eu escolho'; era isso que ela queria fazer na vida real e às vezes não conseguia.

No mundo da imaginação, no entanto, ela continuava transparecendo seus conflitos internos, um intenso questionamento de sua personalidade ('sou a verdadeira Alice ou não?'), ora indagado por si mesma, ora pelos personagens que ela criou (que por isso mesmo não deixavam de ser prolongamentos dela). Quem é a verdadeira Alice, a que toma suas próprias decisões ou a que é influenciada pela opinião dos outros? Quem sou eu - ela se perguntava incessantemente, buscando alguma resposta.


Alice não aceitava a realidade que estavam querendo lhe impor, não queria aquilo pra si, queria fugir, tentou escapar, procurou saídas pra não ter que casar, tão bem representadas através da
metáfora das portas... Como foi inteligente isso, logo que cai no mundo subterrâneo ela encontrou várias portas, todas fechadas, que representavam a busca por uma solução, a busca infrutífera, a angústia diante da situação encurralada em que ela se encontrava com relação ao casamento. A única escapatória foi então viajar no mundo fantástico da imaginação, onde ela podia beber pra encolher e comer pra crescer, podia falar com bichos, podia correr perigos e ajudar a rainha branca a recuperar o seu reino da rainha vermelha. Era isso que ela queria, ser uma heroína, ser sua própria heroína, decidir o desfecho da sua história.

A história é excelente, e no final é bom saber que ela tomou as rédeas da situação, não se deixou enlouquecer pelos pensamentos, ela estava segura de que não queria viver DE fantasia, ela soube conservar uma parcela de fantasia na sua vida, mas não permitiu que ela fosse uma constante.

Talvez ela tenha olhado bem pra tia (encalhada) e tenha percebido que a fantasia em excesso enlouquece a pessoa... A tia era um bom exemplo a não ser seguido. Assim ela aprendeu a ponderar a fantasia e a realidade na sua vida. E é isso que devemos fazer também.

[Mente Hiperativa]

29 abril 2010

Doença?

Tenho uma doença crônica que me acomete periodicamente. Confesso que não compreendo-a por completo, e a maioria das pessoas também não compreende ela, alguns dizem que é frescura, dizem que é bobagem. Não posso culpá-las por pensarem assim, tenho consciência de que só quem sente na pele é que sabe a dor de carregar uma angústia que não tem nem porque, que chega sem pedir licença e logo toma conta de nós. Ela é assim, passa um tempo, depois vai embora -de repente- da mesma forma que chegou. Quando isso acontece logo vem a animação e a euforia de volta; e é preciso aproveitar, pois no quem sofre desse mal sabe que logo logo ela vai voltar, ela sempre volta, mais cedo ou mais tarde.

[Mente Hiperativa]

25 abril 2010

Advertência aos leitores

Você anda tendo algumas alucinações?
Pensando em coisas que não pensava antes?
Chegando à conclusões perturbadoras ao seu respeito?
Você passou a questionar a sua normalidade e a das outras pessoas?
Depois que passou a seguir o Mente Hiperativa percebeu que tem hábitos estranhos?

Bem... talvez seja hora de você abandonar esse blog, antes que seja Tarde Demais.

[Mente Hiperativa]

Xiita???

Se há uma coisa que acaba comigo essa coisa é a indiferença, não tem outra!

Dizem que o contrário do amor não é o ódio, mas sim a indiferença. Quando você odeia alguma pessoa ainda assim ela mexe com você, às vezes é apenas um conflito passageiro, outras vezes algo nela te incomoda; mas a indiferença não, ela deixa bem claro que aquela pessoa não representa nada na sua vida, é como se fosse um paralelpídedo da rua que você pisa todos os dias sem nem notar que ele existe.

Talvez eu seja xiita mesmo, eu sei que eu sou extremista, sou intenso, impulsivo, de temperamento forte e decidido, eu tenho plena consciência disso. Não me incomodo com minha personalidade ser assim ou com o que os outros acham disso (dane-se quem achar ruim!), o que me incomoda profundamente é o tanto faz, o talvez, o qualquer coisa; me incomoda quem está em cima do muro, quem não sabe se vai ou se fica, se me quer ou não.

Pra mim sempre foi assim: ou é ou não é, ou é oito ou é oitenta, não tenho meias palavras nem papas na língua, posso falar o que eu quiser e depois -se achar necessário- corro atrás pra corrigir o que escapou. Se não me ama assim então me esqueça! Só não venha me tratar com indiferença, pois aí eu mesmo trato de dar um desfecho na história, e não hesito nem um pouco em fazê-lo, ativo o modo psicopata e vou em frente.


Xiita? Sim. Mas tenho opiniões formadas, pontos de vista traçados e consciência plena de que eu posso ter tomado decisões erradas, se fosse pra não errar eu sequer tomaria decisões. É assim emsmo, ora acerto, ora erro, às vezes reparo o erro, às vezes remendo-o, mas pelo menos eu ando pra frente, não fico parado no canto, com medo, fugindo de tudo e todos, vestindo com a roupa da indiferença.

Tá na hora de reagir, crescer, enfrentar e decidir alguma coisa, pois indiferença não leva a lugar nenhum, literalmente se vive parado no canto. Recado dado.

[Mente Hiperativa]

21 abril 2010

E daí? Adoro voar!

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.

Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.

Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.

Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.

Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.

Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.

Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.

Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.

Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.

Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.

Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.

Já tive crises de riso quando não podia.

Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.

Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.

Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.

Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.

Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.

Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.

Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.

Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".

Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.

Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.

Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.

Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.

Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.

Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.

Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!


Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!

Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.

Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!

Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.

Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.

Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!

Clarice Lispector


[Mente Hiperativa]

Tem alguém aí???

Às vezes escrevo, escrevo, escrevo e não vejo nenhum comentário no blog. Às vezes até acho que estou falando sozinho... Tantas vezes já me perguntei 'será que alguém lê o que eu escrevo?', 'será que alguém realmente segue isso aqui?'

Pra minha surpresa vi em uns três blogs pessoas com as mesmas dúvidas que eu, e elas diziam a mesma coisa 'será que alguém tá lendo meu blog?'

À princípio eu achava que um blog deveria ser um espaço de discussão, de conversa e exposição de opiniões. Eu achava que as pessoas iam ler e dizer se gostaram ou não, se concordam ou discordam, sei lá. Será que eu tô confundindo blog com fórum ou será que eu não sei escrever direito?

Bem, apesar da ausência de comentários escritos por aqui, muitas pessoas conhecidas me elogiam acerca dos meus textos, elas me encontram dizem 'li teu blog, achei muito bom', 'gostei do post tal', 'muito legal, tô acompanhando'... Mas porque não escrevem isso aqui? Me fazem achar que estou escrevendo sozinho, que ninguém lê...

Então se tiver alguém aí do outro lado, por favor, dê um sinal!

[Mente Hiperativa]

20 abril 2010

O cérebro perfeito

Até um passado bem recente eu achava que poderia existir um cérebro perfeito, capaz de apresentar um desempenho homogêneo em todas as áreas de cognição. Sendo que quanto mais eu leio sobre neurociência mais eu me convenço de que essa idéia está completamente ultrajada. Não existe esse tal cérebro perfeito, não existe nem existirá.

Cada cérebro tem sua configuração própria, cada um desenvolve determinadas áreas corticais em detrimento de outras, é assim que funciona. Por isso cada pessoa apresenta habilidades e aptidões específicas, assim como deficiências e dificuldades também. Ninguém é bom em tudo, mas todo mundo é bom em alguma coisa.

Um bom exemplo disso são as crianças autistas, que apesar da dificuldade de interação social podem ser brilhantes em áreas de cálculo e informática. Forçar o desenvolvimento de habilidades relacionadas com a comunicação pode provocar a retração de suas potencialidades. Assim como os portadores de autismo, qualquer um de nós também tem seus pontos fortes e fracos.

Sabendo disso, minha teoria do cérebro perfeito perde completamente a viabilidade, passando a ser não somente improvável, mas também indesejável!

Um cérebro perfeito seria mediano em tudo, não teria aptidão ou talento específico pra nada; não teria nenhum déficit, é verdade, mas também nenhum superávit. Que bom que somos imperfeitos, então, cheios de limitações...

[Mente Hiperativa]

Basta ter boa saúde e memória fraca?

"A felicidade nada mais é do que boa saúde e memória fraca"

Vi essa frase em algum lugar e não pude deixar de concordar... Em parte!



Pra ser feliz é preciso:

Boa saúde pra se manter sempre de pé,

erguido
Forte, autônomo e consciente

Pra poder decidir, e fazer o que decidiu
Agir
Acertar e errar

Se arrepender, consertar
Desistir

Memória fraca pra esquecer
dos maus momentos
das desavenças
de que foi traído

Esquecer e jogar fora
a raiva e o rancor

Deixar de lado o que não lhe faz bem
quem não lhe faz bem!



Não penso que é ter boa saúde e memória fraca pra ser necessariamente feliz.
Mas sem essas duas coisas de fato será bem mais difícil...

[Mente Hiperativa]

Falar sozinho? Não é só você...

Hoje eu estava no ônibus indo pra casa, preso no trânsito sem qualquer coisa pra fazer. Não tinha levado livro algum e nem tava escutando música também, então só me restou observar...

Atrás de mim tinha uma senhora, com cerca de 50anos, ela estava cantando, depois comentava alguma coisa, e ria, ficava em silêncio, depois recomeçava. As pessoas começaram a olhar pra ela e comentar que ela era doida, visto que não havia nenhuma pessoa junto a ela, conversando com ela.

Disseram que era coisa de doido falar sozinho...

Como é que pode? Que eu saiba todos nós temos sempre a nossa própria companhia; nunca estamos sós ,portanto. Além do mais muitas vezes as pessoas não estão falando sozinhas, mas sim conversando com algum animal, planta ou mesmo objeto.

Por exemplo, minha vó fala com as personagens da novela das oito, ela diz 'faça isso não que ele não presta, ele é um safado'; minha priminha conversa com as bonecas dela, quando está brincando; minha mãe conversava com meus hamsters, dizia que eles arrastavam o pratinho de comida só pra chamá-la; meu tio chama o carro dele pelo nome, papito, e cuida dele como se fosse gente; além do mais tenho uma amiga que conversava com sua samambaia todos os dias, enquanto aguava e cuidava dela; e outra que insiste em conversar com sua amiga imaginária na cozinha, essa trabalha aqui em casa.

E quem nunca falou com alguém/algo que não fossem pessoas? Normal...

Como você pode perceber as pessoas não falam sozinhas, apenas Você que não sabe com quem -ou com o quê- elas estão falando. Eu hein... que povo doido esse que não entende que não falamos sozinhos...

[Mente Hiperativa]

18 abril 2010

NÃO LEIA ESSE POST!!!

Se você está lendo esse texto agora então é porque caiu direitinho... Usei a psicologia reversa pra te enganar, funciona assim, eu uso uma contradição proposital e planejada pra lhe estimular a fazer uma determinada coisa que eu queira.

Por exemplo, para incentivar uma pessoa a cantar (foi o exemplo mais besta que eu pensei agora) posso dizer-lhe que jamais conseguirá cantar de verdade. Essa mensagem seguirá até as profundezas da sua mente, que reagirá furiosa e cheia de força pra provar que é sim capaz de cantar. Aí ela canta, fazendo exatamente aquilo que eu queria.

"É obter um resultado positivo apartir de uma estimulação negativa". E é impressionante como funciona... Caso contrário você não estaria lendo isso agora.


[Mente Hiperativa]

Um é pouco, dois é bom...

Já faz tempo que eu com a vontade de compartilhar algumas frases inteligentes, perspicazes e interessantes que eu encontro por aí... Algumas delas me inspiraram a escrever textos, muitas me fizeram pensar coisas que eu não tinha parado pra pensar ainda.

Por um momento achei que poderia colocar as frases aqui nesse mesmo blog, misturadas aos textos, mas logo achei que seria bem melhor e mais organizado criar um blog para as frases. Então agora está pronto, é só conferir:

Pensamentos enlatados

Espero que as frases -cuidadosamente selecionadas- sirvam de reflexão, instiguem o raciocínio e a crítica de vocês. Ou simplesmente que divirtam e preencham o tempo.

[Mente Hiperativa]

17 abril 2010

Quem julga o outro está na verdade julgando a si mesmo

Quem nunca se pegou julgando um amigo, vizinho ou parente? Provavelmente já sentiu aversão ou desconforto diante das atitudes de alguém, às vezes até raiva mesmo. Possivelmente ficou incomodado com a presença dela, suas condutas e seu discurso, ela realmente te incomoda, mas você nem entende direito o porquê disso. Você só sabe que ela é repugnante, e então usa sem pudor a crítica e o julgamento diante dela.

Pois bem, muitas vezes isso acontece porque o comportamento daquela pessoa faz vir à tona (seus) defeitos que você tenta esconder, aqueles que você não aceita ou não gostaria de ter.

Muitas vezes quando criticamos o outro estamos na verdade criticando a nós mesmos, só ficamos incomodados porque somos obrigados a encarar uma realidade que fazemos questão de manter esquecida; algumas vezes no entanto essa percepção ainda se encontra pouco nítida em nossas cabeças, é uma coisa que ainda temos dificuldade de enxergar claramente.


Não estou dizendo com isso que as pessoas sejam completamente falsas ou que usem máscaras para esconder seus defeitos, apenas que elas ainda não sabem lidar com alguns deles e preferem mantê-los ocultos. Isso é comum, normal, tdos nós fazemos sem nem perceber, é um processo inconsciente.

Tentamos esconder alguns defeitos até de nos mesmos, dizendo "eu não sou assim", "eu não faço isso", "eu não faço aquilo", "eu não..." (Quem nunca disse isso a si mesmo???), porém trata-se de um comportameno inerente à sua personalidade, todos nós fazemos isso.


Sendo assim, mais cedo ou mais tarde (conscientemente ou não) nos deparamos com pessoas que fazem nossos defeitos indesejáveis virem à tona, e como ninguém gosta de enxergar-se defeituoso, como ainda não estamos prontos para aceitá-los e trabalha-los, então certamente sentiremos repulsa daquela pessoa, que na verdade não passa de um prolongamento psíquico de nós mesmos.

Pos isso que nosso julgamento contra os outros é, muitas vezes, um julgamento contra nós mesmos.

[Mente Hiperativa]

É morrendo que se vive

Repentinamene ela ressurge...
Nos meus profundos pensamentos
...
Sombria... Escura... Tenebrosa...
Deixando seu rastro de desesperança...
Que dilacera o coração aflito...

Infelicidade...
Angústia....
Revela-se...
Insólita...
Arrogante...
Vem e arromba a alegria da vida...
Escapar dela?
Quisera eu...

Quisera eu encontrar as chaves...
Do controle do tempo da vida...
E prolongá-la ainda mais...

(...)

Como nada posso diante de sua frieza...
Só me resta...
Morrer...

Morrer para a inveja, a soberba, a não vontade de viver...
Morrer para meu próprio ser...
Morrer...

Sim...
Morrer para viver...
Porque é morrendo que se vive...

E...
É vivendo...
Que um dia...
Se morre...



A vida se vive morrendo
à cada fim há um novo começo
pois a vida é uma coleção de mortes
e tantos recomeços
[Mente Hiperativa]

15 abril 2010

Cada um com sua mania - Parte II

Continuação de "Cada um com sua mania - parte I"


Faltou falar de coleções... Existe todo tipod e coleção e todo tipo de colecionador, do mais básico ao mais bizarro. Eu só me recordo de uma coleção que fiz, de chaveiros, mas quando cheguei há um certo número aí perdeu a graça, pois pra mim a graça era juntar eles então se eu já tinha um monte pra que continuar? Parei, dei pra alguém e pronto. Nunca fui muito de colecionar coisas... Atualmente a única 'coleção' que tenho é de filmes, mas pra mim não chega a ser uma coleção, coleção é um conjunto de coisas inúteis que se junta sem ter uma função propriamente. Meus filmes tem uma função.

Mas pensando bem... Todo colecionador acha que sua coleção serve pra alguma coisa né. Sei lá.

Na minha família as pessoas gostam de juntar coisas, caixas, potes, agrupar, organizar, separar e catalogar. Várias pessoas na minha família têm essa mania, em maior ou menor intensidade, mas uma delas se destaca nessa arte de colecionar, tenho um tio que adora colecionar, ele não consegue ter nada de um ou dois, tem sempre que ser 'de muito'. Ele começou jovem, com uma simples coleção de tartarugas que hoje ultrapassa o número de dois mil. Ele também coleciona cd's e pinguins, bengalas, miniaturas de cadeiras, estátuas de barro, caixas decorativas, bruxas, vasos, mexedores de drinks, fitas cassete, fotos antigas e outras coisas úteis, ou nem tanto.

Já ouvi falar de diversas coleções, a mais intrigante delas foi a de uma amiga chamada Amanda,
ela coleciona ruivos! Isso mesmo, não foi erro de digitação, eu realmente disse ruivos, aquelas pessoas que nascem com os cabelos naturalmente avermelhados/alaranjados/acobreados. No blog dela, ditos vermelhos, ela logo explica que não pretende cortar a cabeça deles e colocá-las expostas na sala de casa, explica que é Apenas um álbum com fotos de ruivos... Particularmente eu achei pouco emocionante, mas fazer o que né, cada um com sua mania!

[Mente Hiperativa]

Cada um com sua a mania - Parte I

Tem uma frase bem certa que diz, "cada um com a sua mania". Se quem tiver uma mania não puder falar da mania do outro então ninguem vai poder falar de ninguém. Afinal quem não tem mania alguma?

Eu fiquei pensando a respeito da Minhas manias, mas é difícil você mesmo encará-las como mania, pra você é normal, natural. Fica mais fácil entender depois que alguém, ou melhor ainda se forem várias pessoas, se dirigirem a você e falarem que você tem mania disso ou daquilo.


Pergunte aos outros se você tem alguma mania, certamente vai descobrir que tem várias...
É "normal".


Eu descobri algumas manias que possuo, tenho mania de lavar as mãos, de ouvir música o tempo todo, algumas manias esquisitas de limpeza, algumas manias de organização (certas coisas precisam ser guardadas em ordem alfabética, mas outras podem ficar amontoadas e misturadas), tenho mania de não pisar nas linhas (não é TOC, é só pra distrair o trajeto mesmo...), tenho mania de batucar nos objetos, de desmontar as coisas (mesmo que eu não saiba montá-las de volta), mania de catalogar coisas ou fazer listas, mania de rabiscar em qualquer papel, de escrever qualquer coisa ou qualquer texto, mania de começar mil atividades e não terminá-las, tenho mania de irritar as pessoas, mania de trancar portas (essa é grave...), mania de desligar tomadas e tantas outras que eu nem sei ainda... Por hora consegui capturar somente essas.

Como disse às vezes é difícil enxergar nossas próprias manias, você pode precisar da ajuda de outras pessoas para lhe falar as Suas manias, por outro lado enxergar a mania dos outros é fácil demais!!! E na minha família o terreno das manias é Muito rico... Apenas citando algumas:

Na minha família várias pessoas têm mania de guardar coisas sem utilidade ("pode ser que eu precise um dia..."), mania de limpeza quase todo mundo tem (somos adaptados a abrir porta com os pés e fechar torneiras com o cotovelo), uma pessoa tem mania de organizar as roupas no guarda roupa por cores (pra ela é super normal isso) e o pior é que as roupas limpas ficam acondicionadas dentro de sacolas plásticas (juro, é sério), na minha família se uma barata aparece no quarto Todas as roupas são colocadas pra lavar e se um cachorro entra em casa Todo o chão é lavado e desinfetado, algumas pessoas da minha família têm mania de organização extrema e todos os objetos precisam estar alinhados paralelamante, uma delas organiza as verduras e produtos na geladeira sempre virados com determinada face ou rótulo para frente e se alguém mexer um milímetro afastando da linha imaginária que ela traçou a pessoa é capaz de perceber, outra pessoa tem mania extrema de limpeza e não deixa ninguém entrar no seu quarto descalço (não, ela não é japonesa), na minha família se lava o feijão cru pra tirar a sujeira, as pessoas lavam as chaves, jogam fora as roupas que usaram no cemitério e quando estão num quarto de hospital limpam constantemente as maçanetas com álcool-gel.

Na minha família existe muitas manias, a maioria é com relação à limpeza, deve ser por isso que todo mundo lá em casa é "saudável".

[Mente Hiperativa]

Consciência: ter ou não ter, eis a questão!

Consciência ao mesmo tempo que pode lhe proporcionar a leveza de um balão, pode também te fazer sentir o sufoco de quem tem uma corda amarrada ao pescoço.

Então pra que serve mesmo essa tal de consciência?

Penso que ela sirva para refletirmos e ponderarmos nossas atitudes, é a velha história da balança, que muita gente não gosta de ouvir...

Quando você tem que tomar uma decisão é preciso colocar tudo de bom num lado da balança e tudo de ruim no outro e aí então ela vai pender para o lado que pesar mais. A consciência serve pra isso, pra que possamos fazer uma auto-avaliação de nossas atitudes e condutas. Então daí vem o balão e a corda... Você pode se sentir estrangulado por ter que se auto-avaliar (quando na verdade não quer) ou então ficar leve, tranquilo por ter feito o que era certo.

Eu não sei até onde é normal usar a consciência, ALIÁS, eu não sei nem o que significa a palavra normal...
Mas enfim, como eu dizia eu não sei até onde é normal usar a consciência, algumas pessoas se preocupam com absolutamente tudo que fazem, pensam que estão sempre metendo os pés pelas mãos e fazendo tudo errado, sempre, se culpam demais e usam a consciência pra se punir. Outras pessoas, no entanto, confundem consciência limpa com memória fraca e não tem esse hábito de usar a consciência, afinal pra que ficar remoendo o que passou? O que foi feito já está feito e pronto.

Tenho um amigo ('cruel') que não costuma pensar no que fez, muito menos pensar antes de fazer alguma coisa. Eu digo a ele que ele não tem consciência, ou não faz uso dela, aí ele responde com bastante seriedade:
"Sim, eu tenho consciência, ela fica amarrada e amordaçada debaixo da minha cama, junto com meu juízo e meu pudor".
Que praticidade! Confesso que eu gostari muito de saber fazer isso, de vez em quando só, poder agir impulsivamente e não ficar 'digeririndo' tudo depois. Às vezes pensar demais dá má-digestão...

[Mente Hiperativa]

14 abril 2010

A (conturbada e intensa) vida afetiva de um portador de TDAH

Ainda falando sobre TDAH -Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade- e sobre o livro mentes inquietas de Ana Beatriz Silva, li um capítulo muito interessante que fala sobre a vida afetiva de uma pessoa portadora de distúrbio de déficit de atenção (DDA), assim como a de seu cônjuge.

Não é difícil supor como é atribulada a vida afetiva de alguém que se encontra sob constante agitação física e mental, que precisa de estímulos a cada instante para manter-se interessado em alguma coisa. TDAs têm baixo limiar de tolerância ao tédio, são volúveis e imprevisíveis; numa momento estão a mil por hora, noutro parecem esquecidos e desinteressados...

Então imagine um DDA com predomínio de défifit de atenção namorando com um DDA hiperativo, imaginou? Será que tem chance de dar certo?

Vou colocar alguns trechos do capítulo DDA e vida afetiva:

"amar uma pessoa com comportamento DDA pode exigir maestria e grande habilidade na arte de amar, uma vez que as relações amorosas, nestes casos, costumam ter a mesma intensidade dos loopings das montanhas-russas americanas. A imagem figurativa é exatamente esta, pois tudo pode acontecer nessas relações num espaço de tempo tão curto que os amantes podem chegar ao ponto de duvidar da realidade dos fatos. Amar um DDA pode significar ter sua vida virada de ponta-cabeça em poucos minutos."

"Um DDA com hiperatividade física e impulsividade assemelha-se a um grande ”tornado” apaixonado. É capaz de conhecer alguém, apaixonar-se perdidamente, casar, brigar, odiar, separar, divorciar e tornar a casar-se; tudo em menos de um mês. Exagero? É, talvez estas pessoas sejam os ”últimos românticos do litoral atlântico” (Lulu Santos) ou ainda os exagerados que se jogam a seus pés com mil rosas roubadas (à la Cazuza). Eles tendem a sentir todas as emoções de modo muito mais intenso do que a maioria sequer pode imaginar."

"Na realidade, os problemas no relacionamento afetivo de pessoas com DDA começam a aparecer e causar grandes desconfortos após a fase da paixão. É muito fácil apaixonar-se por um DDA, o grande desafio é ultrapassar a explosão inicial e estabelecer uma relação afetiva duradoura de crescimento e respeito mútuo."

"A maior parte dos indivíduos com DDA tem fascínio em buscar novos e fortes estímulos. É como se suas
vivências cotidianas tivessem que acompanhar o ritmo acelerado e inquieto de seu cérebro."

"De um modo geral, pessoas com funcionamento DDA têm dificuldades de se expressar. Isso ocorre, em
parte, pela velocidade com que seu cérebro processa os pensamentos, em função da sua hiperreatividade [...] A grande dificuldade do adulto com DDA nos seus relacionamentos afetivos é conseguir falar de maneira organizada aquilo que sente para seu parceiro."

"Outro aspecto que torna a comunicação afetiva tão difícil é a baixa auto-estima que quase sempre acaba
traindo-o, impedindo que fale o que sente de verdade, sob pena de sentir-se rejeitado e não amado. Talvez seja esse o seu maior temor afetivo."

No final do capítulo a autora dá dicas para os DDAs e seus cônjuges, mas antes que as pessoas pensem 'Deus me livre me apaixonar por um DDA' ela alerta, é difícil resistir ao charme deles (palavras dela). De fato eles têm alguns pontos que os tornam especiais, são carismáticos, conquistadores, espontâneos e irreverentes, como já foi dito é fácil se apaixonar, difícil é manter a relação...

Mas no final das contas eles só querem ser amados, com todos seus defeitos e qualidades, como qualquer outra pessoa não-DDA.
Pra baixar o livro em PDF:

http://pcangelo.files.wordpress.com/2008/04/mentesinquietas.pdf
[Mente Hiperativa]

13 abril 2010

Na sala de espera

Ontem fui ao médico e como o atendimento era por ordem de chegada -e eu cheguei tarde- tive que ficar horas na sala de espera, minúscula e repleta de pessoas aguardando suas consultas. Sendo assim não me restou muita coisa a fazer a não ser analisar as cabeças que estavam ali concentradas na sala, deliciosas mentes aguardando que eu as observasse.

Um senhor bem idoso, que por conta da idade avançada tinha muita dificuldade pra se locomover, tentava insistentemente estabelecer uma conversa com a secretária, que no entanto não lhe dava crédito e sempre respondia seus comentários monossilabicamente. Ele claramente estava carente e doido pra conversar.

Tinha um garoto acompanhado da namorada, ele alisava o braço dela, enquanto observava todas as outras garotas da sala...

Outro cara estava sentado na quina da sala e usava óculos escuros, como se não quisesse que os outros percebessem onde estavam seus olhos. Será que ele também estava analisando as pessoas?

Algumas pessoas liam revista, outras viam o programa sessão da tarde que passava na TV, todos buscando alguma forma de se distrair pra tentar minimizar o tempo de espera. Eu, claro, não conseguia ficar fazendo uma coisa só, estava ouvindo música, acompanhando o filme e observando as pessoas, tudo ao mesmo tempo...

Hiperatividade? Ou déficit de atenção? Sei não...

Mas só pra não restar dúvida alguma, o médico não era psiquiatra, ainda não. Era dermatologista mesmo.

[Mente Hiperativa]

12 abril 2010

Aprenda com as primaveras

Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e voltar sempre inteira
Cecilia Meirelles
Cecília Meirelles sabe mesmo o que diz, na vida sempre encontramos dificuldades, que nos desafiam, nos causam medo. Às vezes conseguimos superá-las, outras vezes não, ou pelo menos não naquele momento; alguns desafios, portanto, exigem uma certa maturidade que só o tempo é capaz de propocionar.

O fato é que na vida de qualquer pessoa sempre haverá sempre momentos ruins, tristes, dificuldades, sofrimento e dor. É inevitável, por mais que você se esconda, evite se expor à vida, não vai conseguir fugir disso. Mesmo que alguma pessoa conseguisse viver dentro de uma bolha, isolada, sem contato com outras pessoas que pudessem machucá-la, ainda assim ela sofreria; sofreria de tristeza, de solidão... O sofrimento pode mudar de forma, mas não deixa de existir.

Então o que Cecília Meirelles nos diz é que com o tempo a gente aprende a lidar com a dor, ninguém precisa passar a gostar da dor, mas precisa aprender a lidar com essa convivência inevitável e se voltar sempre inteiro. Apesar de tudo.

É isso.

[Mente Hiperativa]

Um caso de poesia

A incapacidade de ser verdadeiro
Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa, como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça: “Não há nada a fazer, Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia”.
Carlos Drummond de Andrade
E quem pode condenar Paulo, chama-lo de mentiroso por ele optar viver de fantasia? Não é que seja uma fuga da realidade, é apenas uma forma peculiar de encará-la...

[Mente Hiperativa]

Amigo oculto

O poeta Carlos Drummond Andrade, no poema “A Incapacidade de ser Verdadeiro”, diz que as crianças são um caso de poesia, ou seja, vivem em seu universo paralelo, e é aí que entram os amigos imaginários...

Durante a fase conhecida por primeira infância é comum as crianças criarem um amigo imaginário, que pode ser invisível ou personificado através de um objeto. Assim, a criança passa a conversar sozinha ou com um ursinho de pelúcia, por exemplo , tratando-o como gente, almoçando com ele à mesa e principalmente conversando com ele; divindo seus medos, utilizando o 'amigo' como uma válvula de escape perante a realidade.

Segundo os psicólogos essa experiência é perfeitamente normal por volta dos 2 aos 7 anos, os amigos imaginários parecem uma ótima ferramenta para a criança compreender mudanças e aprender a lidar com seus sentimentos; os pais devem portanto encarar com naturalidade, mas não estimular a fantasia a ponto do filho passar a interagir somente com o amigo invisível e seu mundo imaginário.

Assisti a um filme muito interessante chamado "amigo oculto", em que a Emily cria um amigo imaginário chamado Charlie. À princípio seu pai, interpretado por Robert de Niro, compreende a atitude da filha e acredita ser uma reação ao fato dela ter perdido a mãe recentemente de uma forma bastante trágica. A sua tranquilidade e paz acabam a partir do momento em que a menina começa a viver um pesadelo constante que a persegue e faz ela agir de uma forma bastante assustadora. Nem mesmo seu pai é capaz de deter o tal amigo imaginário, o Charlie. Como todo bom filme de suspense, as coisas não são tão simples quanto aparentam ser, na verdade Charlie talvez não seja tão imaginário assim... O final é surpreendete, mas só assistindo pra saber, muito bom!

[Mente Hiperativa]

10 abril 2010

Quem decide 'fazer nada', na verdade já está fazendo alguma coisa

Quando um relacionamento não dá certo as pessoas costumam procurar incessantemente a razão dele ter acabado, elas querem encontrar o culpado. Por que essa necessidade tão grande de achar alguém pra carregar a culpa sozinho?

Será que é uma forma de querer se enganar, de negar sua própria parcela de culpa? Afinal quando dá certo todos se sentem os responsáveis; mas quando não dá, ninguém assume a responsabilidade...

Eu penso que em qualquer relação -seja ela familiar, profissional ou mesmo num namoro- existe sempre o caráter bilateral, ou seja, existe ali o empenho de duas pessoas, e não somente de uma delas.
Mesmo assim parece mais fácil pensar e agir como se a relação fosse unilateral, é bem mais simples jogar a culpa no outro e responsabilizá-lo por tudo que podia ter dado certo e não deu.

Por isso quando a relação tá difícil com alguém, conturbada, indiferente ou se esfriou de repente, cabe a cada um reconhecer e aceitar sua parcela de culpa e trabalhar rapidamente para reverter a situação.

Do contrário é melhor colocar um ponto final, não adianta fingir que não vê, não adianta esperar somente do outro. Quem decide 'fazer nada', no fundo já está fazendo alguma coisa.


[Mente Hiperativa]

Preciso do MEU espaço

Eu preciso do meu espaço, gosto muito de passar algum tempo sozinho, comigo mesmo. Na dose certa isso não me torna uma pessoa melancolica ou depressiva, ao contrário, me faz bem. No entanto as pessoas parecem não entender isso.

Será tão difícil assim respeitar a minha opção por ficar um tempo só?

Será que somente eu tenho esse desejo?
As outras pessoas não têm essa mesma necessidade?


Eu juro que não sou autista ou anti-social, mas gosto de chegar em casa de noite e perceber que estou sozinho, relaxar ouvindo música enquanto tomo banho ou simplesmente cultivar o silêncio enquanto preparo o jantar. Também gosto de ficar sozinho no meu quarto ou na sala, sem ninguém entrando e saindo constantemente ou tagarelando incessantemente. Isso me irrita.

Por falar em tagarelar, também me irrito com as pessoas que acham que precisam falar HORAS ao telefone mesmo que não tenham qualquer assunto, somente por causa da promoção da operadora... Eu gosto muito de telefone, mas existe o bom senso né, ficar horas no telefone sem assunto só por que tem promoção aí é demais pra minha paciência, tenho mais o que fazer do que ficar num papo reticente e monossilábico à toa.

Por essas e por outras eu gosto de ficar só, tem dia que eu chego tão cansado em casa, meu dia foi tão ruim que a última coisa que quero é alguém me perguntando como foi meu dia, principalmente se for na mesa, na hora do jantar. É uma tortura... o dia já foi tão ruim, porque ficar falando né?!

O pior de tudo é que diante desse comportamento as pessoas podem ficar achando que eu sou doido, sociopata ou qualquer outra coisa repugnante... Mas nem me preocupo muito com o pensamento delas não, se colocarem a mão na consciência perceberão que também ter o seu espaço, tenho certeza disso.

Eu acho tão normal, tão natural querer ficar sozinho de vez em quando... E ainda tem gente que não me entende.

[Mente Hiperativa]

09 abril 2010

TDAH - Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade

Estou lendo um livro muito interessante da Ana Beatriz Barbosa chamado "Mentes inquietas", que trata de problemas como o déficit de atenção e a hiperatividade de uma forma direta e simples. Dentre os diversos trechos que achei interessante, resolvi postar um em que a autora diferencia os dois tipos básicos de distúrbios de atenção -a hiperatividade e o déficit de atenção- e deixa explícito sobre qual sexo encontramos a maior incidência de cada um desses dois tipos. Aí vai:
Todo dia era sempre a mesma coisa. Mal começava a dar sua aula, a professora primária se via às voltas com as reações em cadeia provocadas na classe por Flavinho. Aquele menino endiabrado e, ainda assim, adorável, apelidado pelos colegas de ”o Pestinha”, menos por ter o mesmo cabelo liso e acobreado do protagonista do filme homônimo, porém, mais pelo mesmo comportamento. Ou melhor, falta dele.

Seus movimentos eram mais rápidos do que o olhar da professorinha podia acompanhar, restando a ela sentir o deslocamento de ar por ele provocado. Popularmente falando, ele deixava um ”ventinho” por onde passava, além de causar enorme ansiedade à pobre ”tia”, que, além de todos os afazeres, ainda precisava localizar o menino em aula, já que sentado quieto em sua carteira certamente não estaria. Isso sem falar na bagunça generalizada, nos ”crashs”, ”turns” e ”aaiiis” que faziam seu coração disparar.

Sim, ela já tinha ouvido falar em meninos assim na faculdade de Pedagogia. Ele só podia ser hiperativo! Precisava falar com a psico-pedagoga da escola, pois ele devia ter o chamado Distúrbio do Déficit de Atenção. Totalmente preocupada em pôr fim à guerrinha de bolinhas de papel iniciada por Flavinho, a jovem professora estava alheia por completo à menina sentada na fila da parede, lá pelo meio da sala, olhando pensativa pela janela e que parecia não se dar conta da divertida bagunça que campeava entre seus coleguinhas.

Todos os dias eram assim e aparentemente não havia por que se preocupar com aquela tranqüila menininha, que mal se mexia em sua cadeira.
Mas o que a professora não sabia era que por debaixo da antiga carteira escolar de madeira escura, inteiriça, um par de pezinhos balançava irrequieto, na mesma velocidade dos pensamentos de sua dona, que adoraria estar cavalgando sobre aquela nuvem. "Ela parece um camelo do deserto. Ou seria um dro... um dromedário... Ah, não sei! Mas um tem duas corcundas, outro tem uma. O daquela nuvem só tem uma, E deve ser bem macia, tipo algodão... e eu veria tudo pequenino lá de cima...”. Então seus olhos captaram algo dourado movendo-se por sobre o muro da escola, lá embaixo. ”Nossa! Nunca vi um gato tão gordo! E amarelo! E lindo! Parece o Pikachu! Como naquele episódio em que ele pulava a cerca...”

A menininha sonhadora tinha os movimentos do corpo um tanto contidos, mas sua mente saltava rapidamente de um devaneio a outro, ainda mais veloz que as perninhas incansáveis de seu colega ”pestinha”. Seu nome só era lembrado na hora da chamada. Absorta em sua fértil imaginação, ela estava alheia ao ditado que a jovem professorinha estava começando a passar. Por causa disso, seria mais tarde duramente repreendida em casa e, muito nova ainda para relativizar as coisas, aceitaria de pronto todos os adjetivos com que seus pais a definiam: preguiçosa, relaxada, ”abilolada”.


Invisível para sua professora, que, preocupada demais com Flavinho, só a notava momentaneamente, quando percebia sua desatenção aos deveres em sala de aula, ela atravessaria os anos sofrendo com sua distratibilidade crônica, ainda que criativa, perdendo auto-estima, à medida que ganhava altura e peso. E hormônios. Seu colega Flavinho, diagnosticado precocemente, não precisou passar pela mesma carga de sofrimento.

[Mente Hiperativa]

07 abril 2010

Cavalos não voam, também não aprendem que não podem voar

Ontem sonhei com um cavalo, mas não um cavalo qualquer, ele era selvagem, bonito, forte. Mas como qualquer outro cavalo, esse também não possuia asas, por isso jamais poderia voar, estava condenado a permanecer toda sua vida preso ao chão, pelo menos assim lhe foi dito.

Num certo momento o cavalo resolve testar se é verdade o que lhe disseram, ele corre à toda velocidade em direção a um precipício e fecha os olhos... Ele diz a si mesmo que é sim capaz de voar, resolveu que ia desafiar seus limites e ia voar, voar como se tivesse asas, jogou-se então do precipício.

Por alguns instantes ele flutuou no ar, sentiu o vento batendo, balançando sua crina, como se estivesse fazendo-lhe caricias. Durante esses instantes o cavalo foi invadido por uma imensa sensação de liberdade e prazer, sentiu-se tão bem, feliz e satisfeito que nem percebeu que estava caindo.

Mas de repente seu corpo se choca com o chão, atinge o solo duro e rude, e toda aquela sensação que outrora lhe entorpecia agora desaparece, foi trazido de volta à realidade, nua e crua. O cavalo que achou que podia voar agora estava todo machucado, sangrando e dolorido.

Precisava de ajuda pra se levantar, mas os outros cavalos não sabiam como fazê-lo; alguns até tentavam ajudá-lo, mas ele precisava se reerguer sozinho. Antes de se levantar e seguir adiante o pobre cavalo faz uma pausa, breve e silenciosa, prometendo a si mesmo que jamais vai acreditar que pode voar, ele se convence de que não nasceu pra isso e se conforma que seu lugar é na terra firme, com as quatro patas fincadas no chão.

Mas ele é um cavalo, logo logo estará novamente na beira do precipício, vulnerável, com os olhos fechados, pronto pra se jogar outra vez na imensidão, pensando que pode voar...

Pois bem, assim é a paixão. Exatamente assim. E somos todos cavalinhos, que se jogam confiantes e de olhos fechados e depois se levantam machucados, prometendo jamais entrar nessa loucura de novo, prometendo enquanto caminha em direção à outro precipício...

[Mente Hiperativa]

A pior forma de resolver um problema!

Sabe qual a pior maneira de resolver um problema? Fingindo que ele não existe. Sim, ignore-o e ele permanecerá silencioso, crescendo debaixo do seu nariz até que você não possa mais ignorá-lo...

É assim que funciona.

Conheco vários casos assim, mas vou citar apenas um peculiar, que acompanho de perto... Vou usar nomes fictícios.

Desde criança seu Fabrício mostrou-se um pouco diferente dos outros, sempre preferiu se isolar, não reagia normalmente a um estímulo, parecia apático, demorou a falar e reagia a tudo com indiferença. Sua mãe sempre se preocupou muito com esse comportamento diferenciado, mas como na época não havia muito conhecimento e difusão de tratamentos psicológicos não havia muita coisa que ela pudesse fazer, as coisas teriam que se resolver por si só.

O tempo passou e seu Fabrício cresceu, tornando-se um adulto desconfiado, de poucos amigos, mas aparentemente bastante simpático e carismático. Conquistador, ele sempre teve facilidade de cativar as pessoas, mas tinha muita dificuldade quando as relações se aprofundavam, nessa hora ele fugia. Sendo assim, ele teve diversos casos amorosos, poucos namoros, breves, sem muito envolvimento.

Aos 18 anos seu Fabrício não aguentava mais dividir a casa com os pais e irmãos e por isso optou -à contra gosto da mãe- por morar sozinho, ele queria ter um lugar só pra si, queria viver sozinho.

Um de seus relacionamentos instáveis e breves gerou dois filhos, e seu Fabrício ainda tinha vinte e poucos anos de idade. Mais tarde ele casou-se duas vezes, mas seus relacionamentos pareciam nunca dar certo. Talvez seu Fabrício tivesse consciência de que tinha dificuldade em relacionar-se com as pessoas ao seu redor, talvez não percebesse isso. O fato é que ele jamais admitiu que o problema estava nele, ele dizia sempre que o problema estava nos outros... E por isso nunca tomou a iniciativa de buscar ajuda.

Agora na faixa dos 40 anos, seu Fabrício tem dois filhos adultos (de vinte e poucos anos) e se preocupa bastante com um de deles, o Orlando, que tornou-se extremamente isolado, tem poucos amigos e evita contato com familiares, inclusive com os que moram com ele (seu Fabrício, por exemplo). Seu Fabrício se deu conta de como é difícil estabelecer uma relação com seu filho Orlando, que dá mais atenção ao computador do que ao pai.

Diante dessa situação seu Fabrício resolve buscar ajuda para o filho, claro, pois na sua cabeça quem tem algum problema é o filho, e não ele. Pra nós que estamos de fora é fácil perceber que seu Fabrício vive agora o outro lado da história, que um dia ele foi o 'filho problemático' e agora ele é o pai preocupado, mas ele não se dá conta disso, não enxerga no filho o espelho de si.

Com tantos problemas, seu Fabrício nem se dá conta de que o seu outro filho, Daniel, também tem problemas de relacionamento e socialização, talvez pelo fato dele ser parecido com o pai, atencioso, gentil e cativante. Daniel é carismático e por isso vive cercado de amigos e gosta muito de estar com os familiares -diferentemente do seu irmão Orlando- mas ainda assim não consegue estabelecer relações que não sejam superficiais.

Em outras palavras, cada um da sua maneira, os dois filhos de seu Fabrício apresentam a mesma dificuldade do pai e cada um sofre ao seu modo.

Quando busca ajuda para tratar os problemas do Orlando, seu Fabrício ouve da psicóloga que precisa fazer uma terapia familiar, que a família está doente e não só o seu filho, este seria somente a ponta do iceberg, que fez a família toda ir atrás de um tratamento. Seu Fabrício julga a psicóloga como louca, afinal ele diz e repete que não tem problema nenhum, que o problema é do seu filho.

Orlando começa o tratamento individual e, dizendo que não tem problema algum, logo abandona a terapia.

Alguns anos depois desse episódio seu Fabrício resolve ter outro filho com sua atual esposa. Nasce então o seu terceiro filho, Paulo, logo em seguida, meses depois, seu Fabrício separa-se da mulher. Relações instáveis.... Dificuldades.... Mas nada de admitir e buscar ajuda.

Desde cedo, aos dois anos, Paulinho recebe algumas advertências da escola, relacionadas à falta de atenção e dificuldade de socialização com as outras crianças. Paulinho parece viver num mundo paralelo e se nega a interagir com outras pessoas que não sejam sua mãe, seus pais ou seus irmãos.

Apesar de todo o histórico familiar seu Fabrício não sentiu qualquer dejavú, ao contrário, ficou surpreso pelo fato do filho ter dificuldades de socialização.Por que tanta surpresa? Basta se olhar no espelho, olhar para os outros dois filhos. O que seu Fabrício pensou, que ia fugir o seu problema? A partir do momento que se fecha os olhos pra um problema ele continua crescendo, mesmo que você não queira ver.

Hoje seu Fabrício está muito preocupado com o filho caçula, quer que ele seja tratado e acompanhado desde cedo por profissionais, mas ainda não foi capaz de enxergar a origem do problema, de onde tudo surgiu, não é capaz ainda de admitir que precisa de ajuda. Ele bem que tentou fugir, ignorar o problema, mas este permaneceu ao seu lado; é assim que acontece.

[Mente Hiperativa]

Blogo, logo existo.

Blogo, logo existo.
"... E que fique muito mal explicado. Não faço força para ser entendido. Quem faz sentido é soldado..."

Mário Quintana