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19 março 2010

Especialidade: médico

Estou cursando o quarto período de medicina (passou rápido!), e até agora ainda não faço idéia de qual área pretendo me especializar. Confesso que tenho atração pela área cirúrgica, mas pensar somente em 'cirurgia' ainda é algo tão amplo... Além do mais nem tenho tanta convicção de que quero realmente isso.

Pode parecer cedo pra pensar em especialização, pois ainda faltam oito períodos para eu me formar e só então batalhar a residência, eu sei, mas boa parte dos estudantes já traçam suas afinidades e objetivos desde o início da faculdade.
Deve ser por conta da pressão...

Isso mesmo, todos os dias os familiares e professores nos indagam sobre qual especialidade iremos seguir: 'vai fazer que área?', 'faça tal área que dá dinheiro', 'não faça tal área porque trabalha demais'. E quando você diz que não sabe ainda eles te olham com uma tremenda cara de espanto: 'O quê?não sabe ainda? Não acredito'.

(Será que eles pensam que existe uma faculdade de dermatologia, outra de cardiologia, outra de neurologia, e assim por diante é? Pra quem não sabe a faculdade de medicina é uma só).


Por isso eu digo: quem não acredita sou eu, não acredito que as pessoas não façam ideia do que é ser médico. Pensam que ser médico é trabalhar pouco, numa área que 'dá' dinheiro e ser ultra-especialista?

Estão enganados, pelo menos no meu ponto de vista
. Sempre achei que o médico precisasse enxergar o funcionamento global do organismo, encarar o paciente como um todo, e não fragmentado em órgãos ou sistemas. Acredito que para ser um bom médico- e porque não, um bom especialista- seja necessário entender o ser humano em suas diversas esferas, física, mental e social; tratá-lo como um todo; dar-lhe amor e atenção, cuidado.

De que adianta ser um médico especialista que só sabe operar joelhos?
Ele vai saber tratar as razões que levaram àquele problema de joelho?
Ele vai conseguir sanar os males psicológicos de seu paciente, que vierem associados?

Daqui há alguns anos os japoneses se encarregam de fazer um robô operador de joelhos em série; mas não se iluda, nenhum robô será capaz de escutar o paciente, correlacionar suas queixas e devolvê-lo a atenção e o cuidado que ele merece.


Pra mim isso é que é ser médico.

Então me diga, porque eu teria que me preocupar com uma especialização desde já?

[Mente Hiperativa]

Um comentário:

Hugo Otávio disse...

Ser médico: uma dádiva, um privilégio que muitos perdem por desconhecer o caminho, ignorar o mais complexo sistema de conhecimento, dotado de capacidade de sofrer, indagar, questionar, desejar, entristecer, enfim, se não existirmos para compreendê-lo como todo, do que adiantará sabê-lo em partes?
Ser médico... vai além de uma bata branca. É ser incolor no preconceito, mas colorido no altruísmo e no amor ao próximo!
;)

Blogo, logo existo.

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"... E que fique muito mal explicado. Não faço força para ser entendido. Quem faz sentido é soldado..."

Mário Quintana