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14 outubro 2010

E quem podia lhe dizer que estava errada?

Quando tinha apenas 3 anos seu pai abandonou a casa, deixou esposa e filha. Renatinha foi então criada somente pela mãe, revoltada, que sempre fez questão de deixar bem claro, falava Aos Berros que seu pai havia abandonado as duas, que nunca mais ia voltar, que ele não prestava, era um mal-caráter. Aquela criança aprendeu a odiar o pai, tinha raiva dele e mais raiva ainda de si mesma quando seu inconsciente pedia para conhecê-lo.

O tempo passou, sua mãe teve vários maridos e namorados e cada vez que o namorado da vez partia - por não aguentar mais o temperamento e consumo excessivo de álcool por parte da mãe - Renatinha ouvia a mesma história de que ninguém nesse mundo merecia confiança, que ninguém amava ninguém, era tudo interesse.

E não pense que foram poucos namorados, sua mãe mal conhecia um cara e logo trazia pra morar na sua casa. Carência? Necessidade? Quem sabe?!?!?!?! O fato é que Renatinha teve diversos "pais", entre aspas mesmo, e cada vez que estava quase se acostumando com um deles, sua mãe tinha uma grande discussão e ele ia embora. Era sempre assim. E no fim das contas ela não teve pai algum, nenhuma referência.


Com o tempo ela desenvolveu um interessante mecanismo de defesa, aprendeu que não deveria se apegar aos namorados da mãe, simplesmente ignorava a presença deles na casa, na sua vida. Ela não fazia por mal, só não queria sofrer ainda mais, visto que sempre que se apegava eles sumiam depois e a deixavam ali sozinha, triste.

Renatinha cresceu, hoje é Renata, tornou-se uma pessoa super reservada, de poucos amigos que levaram muuuito tempo pra conquistar sua confiança. O resto, os colegas, ela trata de maneira bastante superficial. Nunca teve um namorado, dizia que não tinha tempo pra isso, de fato ela trabalhava demais, advogada de renome, praticamente uma workaholic; ela detestava ter tempo livre, pois isso lembrava o quanto era vazia sua vida pessoal.

Ela se escondia atrás do trabalho, negava a vida pessoal e sobretudo os relacionamentos. Ela sabia, tinha convicção de que se deixasse algum cara se aproximar demais ele a deixaria sozinha e despedaçada. Ela não queria mais sofrer.

E quem podia lhe dizer que estava errada?

[Mente Hiperativa]

2 comentários:

Dario Dariurtz disse...

Essa história se repete em vários lares do mundo, é mais do que realidade. Com o passar do tempo as coisas vão acontecendo e nós não sabemos os reais motivos, é tão inconsciente que não tem como detectar. o casa de Renata é assim.

Abraço

Mente Hiperativa disse...

"é tão inconsciente que não tem como detectar"

É verdade, só percebe quem observa de fora, e observa atentamente, colhe a história da pessoa, analisa e encaixa os pedacinhos.

Blogo, logo existo.

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"... E que fique muito mal explicado. Não faço força para ser entendido. Quem faz sentido é soldado..."

Mário Quintana