Domingo é dia de comida, daquela bem gostosa e abundante, tão gostosa que não dá pra comer sem repetir o prato. É dia de elogiar a Maria pelos seus dotes culinários, de se fartar com as receitas de vovó ou até mesmo de se entupir de churrasco num bom restaurante à rodízio. Em se tratando de comida fica tudo bem simples: um domingo sem comida não é domingo; uma casa sem uma mesa cheia de comida não é uma casa; e uma vó que não entope os netos de comida certamente não é uma vó.
Domingo é dia de encontrar toda a família - ou pelo menos a maior parte dela - para conversar, contar as novidades, se atualizar sobre o ocorrido da semana. Essa é a hora de falar e também de ouvir, de resolver pequenas diferenças, é hora até de brigar e discutir, ou apenas ouvir as histórias e aprender com elas. É nesse diálogo todo que a gente se sente à vontade para expor nossos problemas, ouvir a opinião de quem realmente importa na nossa vida e se meter na vida dos outros (com a devida permissão, claro). A reunião do domingo é a ocasião pra gente falar o que quer e, eventualmente, escutar até o que não quer.
Domingo é dia de criança, toda família tem que ter crianças, elas trazem alegria a qualquer lar e são sempre o xodó da casa; além do mais elas detêm o poder de agregar as pessoas, reforçando a união familiar. Crianças são alegres por natureza, gritam, correm, não têm vergonha de nada, ainda mantêm a pureza e a espontaneidade em suas atitudes. Quando estamos em família cada um se torna um pouco pai e um pouco mãe das crianças, na medida em que ninguém escapa de dar uma mãozinha de contribuição nas tarefas; sempre sobra pra uma tia ou primo trocar uma fralda ou preparar uma mamadeira... Isso sem falar nas (inúmeras) solicitações de favores: “me faz isso”, ”por favor, pega aquilo”. É assim que tem que ser, família é mesmo sinônimo de cooperação.
Domingo é dia de festa! Todo domingo por si só já é uma festa e o dia fica ainda mais animado quando houve algum aniversário durante a semana, a comemoração sempre é estendida para o domingo. Muitas vezes, inclusive, o aniversário até já foi comemorado no próprio dia da semana, mas, implicitamente, todos já sabem que na reunião familiar de domingo haverá uma segunda comemoração (o ‘segundo round’) afinal pra fazer uma festa a gente não precisa nem de motivo, basta uma boa desculpa.
Domingo é dia de recordar, recordar o passado, as lembranças, a infância; é a hora que os jovens se sentem adultos e os adultos percebem quanto tempo já se passou. Nos reunimos no terraço de casa e alguém começa a contar uma história, a qual lembra outra história, e tantas outras que se seguem como um efeito dominó... Passamos horas relembrando os fatos que marcaram nossa história, nem percebemos o tempo passar. Muitas vezes as histórias já são conhecidas, pois foram repetidas semana após semana, mas, no entanto, ninguém se cansa de contá-las e ouvi-las, elas sempre irão nos render boas gargalhadas.
Domingo é dia de sentir saudade, saudade de quem já se foi e não habita mais esse plano. Seria inevitável passar um domingo sem sentir saudades de vovó, que instituiu tal evento semanal e sempre fez questão de reunir toda a família, mantendo-a unida. Ela foi o elo estruturador fundamental, nos ensinou (e cobrou) diversos valores que jamais serão perdidos. “Palavras podem até se desfazer com o tempo, mas exemplos certamente serão pra vida toda.”
Domingo é dia de perpetuar tudo aquilo que nos compõe enquanto família, é dia de exercitar a paciência da convivência, é dia de ensinar e aprender, também de dar e receber. Domingo é dia disso tudo, é dia de viver, domingo não é um dia que se passe em vão!
[Mente Hiperativa]
Links:
Pra refletir: 'O que é ser família?'
http://www.pime.org.br/missaojovem/mjeducser.htm
Portal da família
http://www.portaldafamilia.org/index.html