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23 setembro 2009

A casa verde


Joaquim Maria Machado de Assis nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839, filho de um operário mestiço de negro e português, de saúde frágil, epilético e gago. Contrariando todas as expectativas de insucesso ele se tornou um dos maiores escritores Brasileiros e teve obras de grande sucesso como: a Mão e a luva, Esaú e Jacó, memórias póstumas de Brás cubas, Dom casmurro e tantos outros.

O conto que vou usar nesse post é O alienista’, obra que se passa no séc. XIX na cidade de Itajaí, no Rio de Janeiro, e retrata a burguesia hipócrita num texto repleto de ironias e críticas. O personagem central da trama chama-se Simão Bacamarte, médico psiquiatra que cria teorias sobre a loucura e funda um sanatório para a cidade, chamado casa verde. Pouco a pouco, o Dr. Bacamarte analisa todos os habitantes da cidade, faz diversas internações, altera sua teoria da loucura, liberta os 'loucos' e assim por diante.

Num dado momento quase toda a população está na casa verde e isso gera muita indignação e revoltas na cidade. Por conta de tamanha confusão o Dr. Bacamarte revisa sua teoria da loucura e constata que ”louco é ser equilibrado o tempo todo". O Dr. Resolve então libertar todos que estão encarcerados na casa e se muda pra lá onde vive isolado por dezessete anos até que a morte venha buscá-lo.

No fim das contas provavelmente Simão Bacamarte era o único louco da cidade, apesar de dizer em alguns momentos que a população toda já tinha o ”germe da loucura” sob a forma latente, penso que isso não passava de loucura da cabeça dele. Depois de ler essa obra Machadiana somos incitados a diversas questões, como por exemplo:

Quem é realmente louco?
O que fazer com os ’possíveis’ loucos, integrá-los ou isolá-los?


???

Concordo com Dr bacamarte quando ele diz: “A loucura, objeto de meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente”. Penso que todos nós somos um pouco loucos, cada um numa diferente intensidade, cada um com sua esquisitice. Se somos todos um pouco loucos, já que ser louco é normal, então não precisamos ser internados ou isolados, precisamos é aprender a lidar com as nossas loucuras e em seguida lidar com a dos outros. Dessa forma nós seremos felizes com a nossa loucura, como na canção de Arnaldo Baptista e Rita Lee, 'Balada do louco'.


Balada do louco

Dizem que sou louca
Por pensar assim
Se sou muito louca
Por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz!
E não é feliz!
Não é feliz...

Se eles são bonitos
Eu sou Sharon Stone
Se eles são famosos
I'm Rolling Stone
Mas louco é quem me diz!
E não é feliz!
Não é feliz...

Eu juro que é melhor
Não ser um normal
Se eu posso pensar
Que Deus, sou eu..

Se eles têm três carros
Eu posso voar
Se eles rezam muito
Eu sou santa!
Eu já estou no céu
Mas louco é quem me diz!
E não é feliz!
Não é feliz...

Eu juro que é melhor
Não ser um normal
Se eu posso pensar
Que Deus, sou eu...

Sim! Sou muito louca
Não vou me curar
Já não sou a única
Que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz!
E não é feliz!
Eu sou feliz!...

PS:
Que coincidência esse blog verde.... hehehee

[Mente Hiperativa]


Links interessantes:
Crônica: afinal, quem é o louco?
http://www.marioprataonline.com.br/obra/cronicas/afinal_quem_e_louco.htm

Movimento anti-manicomial
http://rbr4.dizinc.com/~ppgcj/gerencia/docs/04052007022704.pdf

Reforma psiquiátrica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_psiqui%C3%A1trica

Machado de Assis (EXCELENTE)
http://www.machadodeassis.org.br/

2 comentários:

Anônimo disse...

Por isso que eu sou louco! E quem quiser que goste de mim assim, ou então desista.

Alice disse...

”louco é ser equilibrado o tempo todo"
Perfeito! =D

Blogo, logo existo.

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"... E que fique muito mal explicado. Não faço força para ser entendido. Quem faz sentido é soldado..."

Mário Quintana