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06 fevereiro 2010

Duvide de todo mundo que duvidar de você

Parece até praxe, mas "desde pequeno sempre sonhei em ser médico". Talvez exista algum tipo de vírus desconhecido pelos cientistas que afete indivíduos ainda durante a infância, se instalando em nossos corpos e mentes e provocando um profundo desejo de ser médico, desejo esse que não tem mais cura.

Poisé... guiado por essa vocação aqui estou cursando medicina, logo eu que nunca fui um aluno brilhante, fui pra recuperação em todo o ensino médio, eu que fui desacreditado por muitos dos meus amigos, que tanto escutei inclusive de familiares 'desista de medicina e faça outro curso mais fácil'... Coitados deles, não entendiam que não se tratava de uma questão de escolha ou pelo menos a escolha não partia de mim para a medicina, mas ao contrário!

Fiz quatro vestibulares, nos dois últimos anos cheguei a passar 14hs por dia no curso de matéria isolada (de 6h40 da manhã às 20h30 da noite), tive que me esforçar um pouco mais do que muitos outros estudantes para poder compensar a defasagem do colégio, mas não desisti jamais! Seria pura demagogia dizer que foi fácil, não foi, nos dois últimos anos fiz todas as matérias isoladas (entenda-se por espanhol, geografia, historia, português, redação, matemática, química, biologia e fisica) e todos os sábados à tarde (você não achou que esse horário seria de lazer não é?) eu tinha um simuladão com todas essas matérias de 13hs às 17hs.

Me pergunte se valeu a pena. Pergunte a qualquer estudante de medicina que diz ter sonhado desde sempre em ser medico se valeu a pena. A resposta é sempre a mesma: SIM, se preciso fosse eu faria mais um vestibular!

No dia do resultado eu estava confiante, havia tirado uma boa nota na primeira fase e na segunda havia feito uma boa redação, tive coragem e apoio suficiente para ir ao listão oficial, cheguei cedo e aguardei na concentração e quando abriram os portões eu corri no meio da multidão para ver se por acaso meu nome estava lá. Foi INDESCRITIVEL a sensação, eu poderia escrever mil páginas mas não conseguiria descrever o que senti. Naquele momento percebi que tudo valeu a pena, todo sacrifício, toda renuncia, todo constrangimento que passei.

Hoje, dois anos depois de ter passado, estou no quarto período da faculdade. Passei por diversos momentos, pela euforia, pela overdose de festas e comemorações, pela fase de parabenizações (que já cederam lugar às cobranças novamente), conheci até um pouco da desilusão e depressão, afinal nem tudo são flores e a realidade médica não é somente o doce, mas também um pouco do amargo. Me deparei um pouco com o relativo descaso que se encontram muitos hospitais públicos; com a falta de materiais para que os profissionais de saúde possam trabalhar dignamente e fazer seu devido papel; já visitei diversas unidades de saúde e conheci algumas comunidades menos favorecidas economicamente que sofrem de privações tão banais e aparentemente tão simples de se resolver, como por exemplo o fato de não ter água encanada em suas residências; já ouvi relatos de colegas formados que dizem ter que decidir entre dois pacientes no hospital, quem sobrevivera e quem morrerá aguardando na fila.

Não sei como será na minha vez, não sei como vou reagir a isso tudo, sei que vou lutar para melhorar e dar o melhor de mim, assim como fiz para entrar na universidade.
Imagino que ainda vou passar por muitas situações até me formar, e depois de formado vou passar por mais coisas ainda! A vida é assim e o que não nos derruba certamente nos fortalece. Consegui me livrar do estigma de coitadinho-que-não-passará-nunca-em-medicina, mostrei a mim mesmo que sou capaz e ainda servi de exemplo e motivação para aqueles que também sonham em serem médicos, mas que tem medo de enfrentar a dificuldade, que não se sentem capazes ou que são seduzidos pelos verdadeiros fracassados que lhe dizem ao ouvido que não adianta tentar, pois não vão conseguir. Quando eu estava no terceiro ano do ensino médio, no colégio, tirei 4,6 no vestibular, quando a nota para entrar em medicina era mais de 8,0. Dois anos depois eu consegui 7,3 e a média de medicina já havia aumentado. No ano seguinte então dei tudo de mim, me esforcei, quase aprendi a fazer fotossíntese pra não ter que ‘perder tempo’ almoçando (pelamordedeus não recomendo que façam isso) e aumentei minha nota para 9,1. Nem eu mesmo conseguia acreditar que em um ano eu havia aumentado DOIS pontos e tinha tirado um pouco mais de nove!

A minha história é só mais uma, existem algumas parecidas e tantas outras diferentes mas todas envolvem um sonho e uma luta; uma vocação e um guerreiro. Por isso eu digo, quem tem um sonho e luta por ele certamente o alcançará, trata-se apenas de uma questão de tempo, faço como um sábio professor me falou uma vez “DUVIDE DE TODO MUNDO QUE DUVIDAR DE VOCÊ!”. Passar no vestibular pareceu muito difícil na época, mas hoje percebo que não foi nada mais que o começo da luta, pois ainda há muito por vir, passada uma dificuldade virá outra ainda maior e eu acredito em mim, vou superar quantas vierem!

[Mente Hipertiva]

4 comentários:

Hugo Otávio disse...

Pois é Carlos...
Como foi difícil alcançar essa conquista, não é?
Por tudo que passamos e vivenciamos durante a época dos vestibulares nos tornaram fortes e

decididos para continuarmos com essa longa caminhada rumo à realização de nossos sonhos!
Mesmo a turma que eu gostaria de explodir uma bomba, hehehe, tem sua história de alegrias e

tristezas que perpassaram durante esse momento da vida. Mas, esse é um dos degrais que

subimos. Ser médico ultrapassa os limites das notas que tiramos. É necessário esforço,

dedicação, conhecimento, competência, mas cima de tudo, amor para lidar com as vidas que surgirem pela nossa trajetória. Levantos as mãos para agradecer a Deus pela oportunidade de ter passado por tudo isso, pois sei que Ele escreve certo, em linhas certas! E que possamos encorajar outras pessoas a nunca desistirem dos seus sonhos, pois mesmo que as intempéries tentem sobrepujar e afligir-nos, podemos olhar para o alto e contemplar a beleza da existência de um céu azul, respirarmos e sabermos que estamos vivos e existimos para fazer a diferença!
Abraço!

Juliane Pontes disse...

É... Nossa jornada foi, é e continuará sendo difícil! Mas nada de se deixa abater!
É enfrentar mesmo.
Eu também quis fazer essa ciência humana desde sempre. Medicina!
Muitas pessoas também duvidaram de mim. Nesse ponto, nossa história é parecida e diferente. Sempre fui uma boa aluna no colégio, nunca fiz recuperação, mas... lá vem o "mas"!
"Mas num tá vendo que não tem como ela fazer faculdade de medicina? Ela não tá sonhando demais não? Medicina é curso pra rico!"
Mas duvidei daqueles que duvidaram de mim e confiei em Deus! Deu tudo certo.
Agora estudamos juntos, Senna! heheheh
E, juntos, lutaremos contra as dificuldades e daremos o nosso melhor pelo próximo!

Hugo Otávio disse...

Olha JulianA comentando aqui eheheh
O meu ninguém comenta ahuahuahuauhaa
Povo ruim!

Aline Vieira Costa disse...

Senna, menino!

Tenho orgulho de você.
Apesar de nossos encontros esparsos, dos tempos perdidos e do futuro desconhecido, eu só tenho a dizer que eu torço por você, rapaz!
Torço e ofereço a minha mão para ajudar nessa jornada.

Assim como você, desde criança eu nutro desejos e sonhos - sim, eles crescem com o tempo e ganham até irmãozinhos, como no caso da linha "tinta e papel":
na infância queria ser escritora; na pré-adolescência me tornei poeta; agora sou também uma jovem adulta jornalista, cheia de vontades, cheia de energia, repleta de desejo de fazer um mundo melhor.

É, coisinha complicada, né? Até mesmo trabalhar na área em início de carreira é complicado. São fases que a gente supera, assim como todos os obstáculos que se põem no caminho do Bem.

Simbora, amigo.
Demos as mãos, vamos longe.
Vamos cuidar da Vida e escrever uma história melhor.

Abraço grande,
Aline.

Blogo, logo existo.

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"... E que fique muito mal explicado. Não faço força para ser entendido. Quem faz sentido é soldado..."

Mário Quintana