Às vezes penso como é difícil ser diferente hoje em dia. E tento imaginar como era bem pior antigamente.
Pense comigo, há pouco tempo atrás -20 ou 30 anos- portadores de Síndrome de Down eram submetidos a condições sub humanas, eram rotulados pejorativamente como "mongolóides", criados atrás de grades e considerados inaptos ao convívio social.
Crianças hiperativas tinham "bicho carpinteiro", eram consideradas furacões, problemáticas, difíceis de lidar pois não paravam quietas. Muitas vezes o diagnóstico era mesmo falta de uma boa surra.
E a bipolaridade, essa era chamada de psicose maníaco-depressiva e na maioria das vezes era tida como uma desculpa de jovens que não queriam fazer nada da vida, ou que queriam ser artistas (o que na época era considerado a mesma coisa pelos pais).
Os autistas também sofriam bastante (e ao meu ver sua situação não mudou muita coisa). Eram entregues à própria sorte, considerados "conchas vazias", "ocos por dentro", "débeis" e incapazes de estabelecer qualquer tipo de contato com outras pessoas. Ainda hoje, infelizmente, muitas pessoas e até mesmo os próprios pais dizem coisas do tipo "não adianta falar com ele, ele é autista, não entende nada mesmo".
Mas as coisas não são exatamente assim, hoje se sabe que o isolamento social piora a sintomatologia dos pacientes psiquiátricos; a inclusão, por sua vez, ajuda a diminuir esses sintomas e principalmente a amenizar o sofrimento do indivíduo.
Então se hoje é difícil, mesmo com todo amparo médico e psicológico, psicofármacos, inúmeras técnicas, terapias e inclusão social, imagine antigamente quando todos eram esquecidos em prisões chamadas manicômio, onde levavam choques e eram supridos de qualquer forma de liberdade. Antigamente não havia escolha, não havia tratamento nem oportunidade.
Por esse ponto de vista a situação hoje não é das piores.
[Mente Hiperativa]