Às vezes penso como é difícil ser diferente hoje em dia. E tento imaginar como era bem pior antigamente.
Pense comigo, há pouco tempo atrás -20 ou 30 anos- portadores de Síndrome de Down eram submetidos a condições sub humanas, eram rotulados pejorativamente como "mongolóides", criados atrás de grades e considerados inaptos ao convívio social.
Crianças hiperativas tinham "bicho carpinteiro", eram consideradas furacões, problemáticas, difíceis de lidar pois não paravam quietas. Muitas vezes o diagnóstico era mesmo falta de uma boa surra.
E a bipolaridade, essa era chamada de psicose maníaco-depressiva e na maioria das vezes era tida como uma desculpa de jovens que não queriam fazer nada da vida, ou que queriam ser artistas (o que na época era considerado a mesma coisa pelos pais).
Os autistas também sofriam bastante (e ao meu ver sua situação não mudou muita coisa). Eram entregues à própria sorte, considerados "conchas vazias", "ocos por dentro", "débeis" e incapazes de estabelecer qualquer tipo de contato com outras pessoas. Ainda hoje, infelizmente, muitas pessoas e até mesmo os próprios pais dizem coisas do tipo "não adianta falar com ele, ele é autista, não entende nada mesmo".
Mas as coisas não são exatamente assim, hoje se sabe que o isolamento social piora a sintomatologia dos pacientes psiquiátricos; a inclusão, por sua vez, ajuda a diminuir esses sintomas e principalmente a amenizar o sofrimento do indivíduo.
Então se hoje é difícil, mesmo com todo amparo médico e psicológico, psicofármacos, inúmeras técnicas, terapias e inclusão social, imagine antigamente quando todos eram esquecidos em prisões chamadas manicômio, onde levavam choques e eram supridos de qualquer forma de liberdade. Antigamente não havia escolha, não havia tratamento nem oportunidade.
Por esse ponto de vista a situação hoje não é das piores.
[Mente Hiperativa]
5 comentários:
Olá,meu caro!Pois é a sociedade evoluiu muito e já melhoramos muito,mas com certeza ainda temos muito o que melhorar no que refere ao fora do padrão, do dito "normal".
Obrigada pela visita la no blog e pelos comentários!
Beijosss
Sim, concordo! Muitos dos nossos dilemas que não são atuais tem sido alvo de intensas pesquisas e estudos, alguns foram "desvendados". Mas mesmo assim existe um buraco negro na maioria das nossas patologias sociais.
Rs!! Resposta ao seu comentário: Sim, assisti a todos os filmes, ouço todas as músicas, li e reli aqueles livros. Confesso que nos dias de hoje tenho lido muito pouco, pouco mesmo, venho sofrendo bastante por isso, não sei o que acontece, mas me dói bastante não ter vontade de ler um livro como eu lia a alguns tempos.
Verdade, já foi muito pior. No tocante aos manicômios, a situação ainda é muito difícil e dura para os que neles vivem.
Teva lendo um livro ontem sobre a hiperatividade, pois tenho um sobrinho que possui essa peculiaridade. Depois dessa leitura pude ter um melhor ângulo pra conhecê-lo e amá-lo melhor. Atualmente, ele estuda e convive, fala normalmente com a gente e com os colegas de sala de aula. Ele é muito inteligente, só amadurece um pouco mais devagar e não possui nenhum tipo de malícia. Acho que uma maior assimilação de informação nas pessoas ajudou muito no quadro atual.
Esse juízo "já foi bem pior" só nunca poderá ser uma âncora, que amarre o indivídio, a sociedade a uma condição. É preciso sempre querer avançar quando é possível.
Que fique bem claro e evidente o que JACKSON disse
"ESE JUIZO 'JA FOI BEM PIOR' SÓ NUNCA PODERÁ SER UMA ÂNCORA, QUE AMARRE O INDIVÍDUO, A SOCIEDADE A UMA CONDIÇÃO. é PRECISO SEMPRE QUERER AVANÇAR QUANDO É POSSÍVEL"
É isso aí, ontem foi pior do que hoje, e hoje é pior do que amanhã. Continuemos lutando!
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