Num certo momento o cavalo resolve testar se é verdade o que lhe disseram, ele corre à toda velocidade em direção a um precipício e fecha os olhos... Ele diz a si mesmo que é sim capaz de voar, resolveu que ia desafiar seus limites e ia voar, voar como se tivesse asas, jogou-se então do precipício.
Por alguns instantes ele flutuou no ar, sentiu o vento batendo, balançando sua crina, como se estivesse fazendo-lhe caricias. Durante esses instantes o cavalo foi invadido por uma imensa sensação de liberdade e prazer, sentiu-se tão bem, feliz e satisfeito que nem percebeu que estava caindo.
Mas de repente seu corpo se choca com o chão, atinge o solo duro e rude, e toda aquela sensação que outrora lhe entorpecia agora desaparece, foi trazido de volta à realidade, nua e crua. O cavalo que achou que podia voar agora estava todo machucado, sangrando e dolorido.
Precisava de ajuda pra se levantar, mas os outros cavalos não sabiam como fazê-lo; alguns até tentavam ajudá-lo, mas ele precisava se reerguer sozinho. Antes de se levantar e seguir adiante o pobre cavalo faz uma pausa, breve e silenciosa, prometendo a si mesmo que jamais vai acreditar que pode voar, ele se convence de que não nasceu pra isso e se conforma que seu lugar é na terra firme, com as quatro patas fincadas no chão.
Mas ele é um cavalo, logo logo estará novamente na beira do precipício, vulnerável, com os olhos fechados, pronto pra se jogar outra vez na imensidão, pensando que pode voar...
Pois bem, assim é a paixão. Exatamente assim. E somos todos cavalinhos, que se jogam confiantes e de olhos fechados e depois se levantam machucados, prometendo jamais entrar nessa loucura de novo, prometendo enquanto caminha em direção à outro precipício...
[Mente Hiperativa]
Um comentário:
Perfeito!!
Assim sou eu... enquanto não voar, vou continuar pulando nos precipípios que encontrar!!
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