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30 abril 2010

Os mistérios de Alice

Assisti ao filme Alice no país das maravilhas, Fantástico, tanto pelo 3D, quanto pelo elenco, pelos efeitos visuais, enredo... Tudo estava muito bom mesmo, atingiu minhas expectativas (que não eram poucas, diga-se de passagem).

Depois que o filme acabou eu fiquei pensando na Alice...
Pobre Alice ou Feliz Alice?
Será que ela é doida? Vê e escuta coisas que não existem?
Ou simplesmente ela é feliz? Aprendeu que acrescentando um pouco de fantasia na vida ela se torna mais interessante?


Não sei...

Esse filme me lembrou o 'Labirinto do fauno', que também é muito bom. As duas protagonistas me parecem bastante felizes, criaram uma fantasia pra ajudar a superar as dificuldades, a esquecer um pouco dos problemas dessa vida difícil. Isso é ser louco? Louco pra mim é quem leva a vida muito a sério.


Uma das cenas que achei mais pertinente no filme da Alice foi a que se segue a um dos primeiros contatos dela com o país das maravilhas, ainda criança ela se acorda assustada contando ao pai que viu um coelho que veste paletó, um gato risonho e um chapeleiro maluco... Então, depois de contar seu sonho ela diz
mais ou menos assim:
-Pai, acho que estou ficando louca! -Sim, está mesmo completamente pirada, maluca. Mas deixa eu te contar uma coisa, essas são as melhores pessoas.
E num é que o pai dela tem mesmo razão... Uso as mesmas palavras, como são legais, divertidas e espontâneas, sinceras e brincalhonas as pessoas tidas como 'loucas'. Se Alice é de fato louca eu não sei, mas receio que ela misture a realidade e a fantasia a ponto de não mais conseguir distingui-las, tornando-as portanto indissociáveis. Para muitas pessoas isso já é o suficiente pra chamar alguém de louco, para outros não.

No filme tem um ser bastante sábio, que sempre estimula Alice a pensar, a se questionar, ele é uma lagarta azul e não poderia ser outro animal, sendo uma lagarta certamente se tornaria uma borboleta um dia; e esse é o animal perfeito pra exprimir a ideia que o autor quis passar, de que há dois mundos (o da realidade e o da fantasia). Alice aprendeu a passear pelos dois mundos, como o tempo passeia por entre as estações do ano.

Outra coisa que me chamou a atenção foi o fato de todo aquele 'país das maravilhas' ter ressurgido justamente num momento em que ela estava submetida à elevada tensão, ela soube que ia ser pedida em compromisso diante de todos os convidados, que aguardavam convencidos de que ouviriam um convicto e sonoro SIM. Mas Alice não queria casar-se, não com aquele cara. E seria difícil dizer um não, seria desapontador. Por isso ela não aguentou tamanha pressão, pudera, precisou fugir da realidade por alguns instantes (desmaiou?), mergulho nas profundezas do mundo subterrâneo, ou subconsciente. Se na 'vida real' ela não podia ou tinha dificuldade em seguir suas próprias escolhas, no seu mundinho particular ela poderia decidir o que quisesse, ela mesmo disse várias vezes 'esse sonho é meu, eu decido, eu que digo, eu escolho'; era isso que ela queria fazer na vida real e às vezes não conseguia.

No mundo da imaginação, no entanto, ela continuava transparecendo seus conflitos internos, um intenso questionamento de sua personalidade ('sou a verdadeira Alice ou não?'), ora indagado por si mesma, ora pelos personagens que ela criou (que por isso mesmo não deixavam de ser prolongamentos dela). Quem é a verdadeira Alice, a que toma suas próprias decisões ou a que é influenciada pela opinião dos outros? Quem sou eu - ela se perguntava incessantemente, buscando alguma resposta.


Alice não aceitava a realidade que estavam querendo lhe impor, não queria aquilo pra si, queria fugir, tentou escapar, procurou saídas pra não ter que casar, tão bem representadas através da
metáfora das portas... Como foi inteligente isso, logo que cai no mundo subterrâneo ela encontrou várias portas, todas fechadas, que representavam a busca por uma solução, a busca infrutífera, a angústia diante da situação encurralada em que ela se encontrava com relação ao casamento. A única escapatória foi então viajar no mundo fantástico da imaginação, onde ela podia beber pra encolher e comer pra crescer, podia falar com bichos, podia correr perigos e ajudar a rainha branca a recuperar o seu reino da rainha vermelha. Era isso que ela queria, ser uma heroína, ser sua própria heroína, decidir o desfecho da sua história.

A história é excelente, e no final é bom saber que ela tomou as rédeas da situação, não se deixou enlouquecer pelos pensamentos, ela estava segura de que não queria viver DE fantasia, ela soube conservar uma parcela de fantasia na sua vida, mas não permitiu que ela fosse uma constante.

Talvez ela tenha olhado bem pra tia (encalhada) e tenha percebido que a fantasia em excesso enlouquece a pessoa... A tia era um bom exemplo a não ser seguido. Assim ela aprendeu a ponderar a fantasia e a realidade na sua vida. E é isso que devemos fazer também.

[Mente Hiperativa]

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"... E que fique muito mal explicado. Não faço força para ser entendido. Quem faz sentido é soldado..."

Mário Quintana