É preciso paciência, pra deixar o tempo passar, pra perdoar defeitos, pra esperar conquistar seu espaço, pra conseguir um esboço desse alguém. Digo esboço mesmo, nem se iluda, ninguém conhecerá o outro por completo, não conhecemos por completo nem a nós próprios. Sempre haverá uma peça faltando, ou alguma nova a surgir nesse imenso quebra-cabeça.
No começo é sempre a mesma coisa, a outra pessoa é um nada, um vazio, não passa de um tabuleiro em branco e algumas poucas peças empilhadas e sem o menor encaixe, é só expectativas e especulações, fantasia e idealizações da nossa mente sedenta por conhecê-la. Ao longo do convívio, no entanto, cada um mostra o que é, do que gosta, o que faz ou desfaz. Assim ,aos poucos, é que vamos nos mostrando, magoando, alegrando, decepcionando e surpreendendo. Cada cabeça é um mundo sedento por ser descoberto e entendido, e só com o decorrer do tempo é que dá pra ter uma noção de quem é a outra pessoa, seus defeitos e virtudes, o que sonha e odeia, e quer ou não quer, o que almeja, o que rejeita.
Depois de muito custo e esforço, somente depois de gastar muito tempo e paciência é que as peças do quebra-cabeça vão se encaixando adequadamente e fazem algum sentido pra nós. Desvendar a mente de alguém não é fácil, não se faz do dia pra noite, não ocorre sem haver qualquer sofrimento ou desapontamento, mas é também um processo bastante proveitoso e gratificante, sempre o é, basta você saber valorizar o que há de bom no meio daquele 'amontoado de peças'.
Quanto mais difícil de montar, mais prazeroso será o final do jogo.
[Mente Hiperativa]
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