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19 outubro 2010

Uma história real

Dona Esmeralda era uma senhora humilde que desde cedo tinha o sonho de ser professora; a vida, no entanto, não lhe foi solidária, ceifou dela a chance de estudar. Desde muito cedo e mesmo sem saber ler, dona Esmeralda teve que trabalhar para se manter e também para sustentar a filha, que jamais conheceu o pai. Hoje, aposentada, dona Esmeralda se orgulha de ver a filha que se formou há pouco tempo em pedagogia.

Apesar da idade avançada dona Esmeralda conservou bastante a altivez, na comunidade onde mora invadiu um terreno abandonado há alguns anos e nesse espaço ergueu algumas paredes com a ajuda dos vizinhos, criou um lugar pra receber e cuidar de crianças. Tudo foi feito com muito amor e improviso, dona Esmeralda saia pela comunidade catando pedaços de azulejo pelo lixo e pelas ruas, por fim juntou todos os caquinhos e fez um belo mosaico para cobrir o chão.

O espaço que ela criou, que de tão pequeno e simples não tinha nem nome, servia essenciamente a ocupar o tempo das crianças, dando-lhe alguma atividade útil, e mais do que isso, dando-lhe a oportunidade de sonhar, dando-lhe um acolhimento e um apoio. Era isso que elas precisavam naquela comunidade tão hostil, nessa sociedade tão excludente em que vivemos.

Com o tempo e com o prestígio que tinha -pois todos ao redor sabiam de sua nobre intenção- dona Esmeralda foi recebendo doações, telhas, latas de tinta, materiais escolares, cimento. Recebia um pouquinho de cada coisa, toda ajuda era sempre muito bem vinda. Assim ela foi melhorando e ampliando seu acolhimento cada vez mais.

Um dia dona Esmeralda decidiu que criaria peixes para suas crianças, com ajuda de alguns amigos ela cavou três buracos enormes no terreno vizinho, depois buscou ajuda de quem podia enchê-los, em seguida batalhou por alevinos e ração. Ganhou tudo. Assim. partindo do nada, ela conseguiu uma fonte de comida que ajuda a alimentar diversas crianças.

Assim era a mente de dona Esmeralda, partia de ma ou duas promessas e então criava um projeto e logo o colocava em prática. Ela era muito bem articulada e não rejeitava qualquer tipo de doação, tudo que pegava conseguia modificar e dar vida, utilidade. Garrafas pet nas suas mãos viravam artesanato, canetas também, latinhas eram recicladas, móveis quebrados eram reparados e ganhavam uma nova cara. Nada se perdia em suas mãos;

Certo dia meu pai juntou bastante coisa "velha" no trabalho dele, coisas que ao nosso olhar não tinham mais utilidade. Ele contactou dona Esmeralda, que não tinha sequer uma bicicleta pra ir buscar as coisas, ela arrumou a kombi emprestada de um amigo e, em três viagens, buscou tudo que tinha no trabalho de painho. Meses depois, quando foi visitar seu espaço de acolhimento, painho pôde ver as estantes enferrujadas, agora de cara nova, pintadas, o sofá velho e furado havia sido coberto com uma colcha, até mesmo as caixas de papelão ganharam ma utilidade, foram forradas e se prestavam a guardar brinquedos.

Dona Esmeralda tinha um dom, de transformar as coisas, dar-lhes vida, amor, e nem a pobreza nem a falta de estudo lhe impediu de usar seu dom. Gostaria muito de encontrar outras Esmeraldas por aí, pela vida afora.

[Mente Hiperativa]

2 comentários:

Camila Martins disse...

O poder da fé na vida e nos sonhos pode transformar qualquer realidade, não sem luta, não sem dor, mas com muito esforço e dedicação, sem nunca deixar de olhar pra frente montando nos sonhos a realidade que queremos ter. O problema é que muitos diante dos primeiros obstáculos se acham incapazes... Pessoas como Dna Esmeralda são exemplos vivos do poder da perseverança e do amor pelos seus sonhos. Fico feliz como vejo histórias como esta.

junior disse...

Amor, palavra gasta por muitos e presenciadas por poucos!D. Esmeralda modifica vidas e não só objetos com essa atitude, devemos ser dona Esmeralda, devemos modificar e tentar transformar vidas gasta em novas vidas. Eo unico estrumento capaz de modificar se chama de amor. ( assim como dona Esmeralda faz com os objetos!)

Blogo, logo existo.

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"... E que fique muito mal explicado. Não faço força para ser entendido. Quem faz sentido é soldado..."

Mário Quintana