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24 novembro 2010

Revirando emoções profundas


Seu pai não participou de sua criação em momento algum, quando tinha 8 anos sua mãe mudou-se para outro estado a fim de tentar a vida e buscar um bom trabalho, deixou sua pequena filha sob os cuidados da vó e do tio. A menina cresceu, e parece ter aceitado bem toda a situação, cresceu sem rancor, sem questionar a conduta dos pais, sem duvidar do amor deles.

Pelo menos era isso que ela transparecia.


O seu pai sempre soube onde a filha morava (e era bem pertinho) mas jamais teve interesse em procurá-la; a mãe conseguiu arrumar um emprego e permaneceu no outro estado, longe da filha. Nesse contexto ela foi criada, com muito amor, pelo tio e pela vó.

Um dia nossa protagonista resolveu fazer análise, não buscou o analista motivada a entender a sua relação com seus pais (pois parecia não enxergar nada de errado nisso), mas sim a relação com seu filho, foi por conta DELE que ela resolveu buscar ajuda. Na primeira consulta chegou muito tranquila ao consultório, achando que trataria apenas da relação dela com o filho, enganou-se, o analista de imediato tratou de vasculhar a relação dela com os pais, sem perguntar nada sobre seu filho ainda.

Logo na primeira consulta ela descobriu que não seria nada fácil revirar assuntos os quais estavam muito bem escondidos em sua mente e aparentemente bem resolvidos, mas na realidade nem tão resolvidos assim.

O psicanalista lhe fez algumas simples indagações:
- Lembra de algum momento em que seus pais ainda estavam juntos?

- Não.

- Lembra-se de fatos cotidianos de sua infância? Quem a levava ao colégio, por exemplo?

- Caramba... Não lembro disso.

- Como eram as festas de natal quando você era criança?

(Silêncio, enquanto balança a cabeça negativamente.)

- Você não quer recordar essas lembranças, pois foge desse conflito, desse questionamento.

- Tá me chamando de mentirosa? Tá querendo dizer que eu lembro e não quero falar?

- Não, não é nada disso. Você sabe de cada detalhe de sua infância, mas INCONSCIENTEMENTE guarda essas informações num local inacessível. Faz isso sem saber, pra se proteger, pra não sofrer.

Esquecimento, essa foi a arma que aquela criança confusa e inocente utilizou diante de tantos conflitos ocorridos tão precocemente. E assim ela cresceu, esquecendo o que se passou, criou um universo paralelo pra si mesma e nele seus pais não haviam a deixado, ela não fazia questão alguma de questionar o motivo pelo qual agiram assim, pouco importava pra ela. Dessa forma sua mente bloqueou as lembranças e inconscientemente arquivou as informações numa pasta muito bem escondida que ela não fazia a Menor questão de encontrar.

Mas a menina cresceu, hoje é uma mulher e estava fazendo análise pra tentar entender as dificuldades do filho, e as possíveis dificuldades dela como mãe. Pra sua surpresa acabou tendo que resolver questões que protelou durante anos, problemas que talvez tenham respingado na sua relação com seu filho e certamente se refletiram em diversos setores de sua vida.

E agora, o que será que vai acontecer? Revolta tardia? Amadurecimento? Compreenssão? Sofrimento?

Se eu perguntasse ela não saberia me responder, mas parece que apertou bem os cintos, pois sabe que vai mexer com fortes emoções, e não tem idéia do que poderá sair daquele divã cor de vinho.

OBS: História verídica.
[Mente Hiperativa]

4 comentários:

Wanderley Elian Lima disse...

Nosso inconsciente bloqueia , aquilo que não queremos enxergar. Quando as coisas vêm à tona, piramos, coisas que pareciam resolvidas, estão lá, guardadas a espera de solução. Por isso que não faço terapia rsrsrsr
Abração

Mente Hiperativa disse...

KKKKKKKKKKKKKKKKKK

Nem fala isso porque eu to precisando começar, to tomando coragem há tempos pra isso, mas desse ano nao pode passar.

Unknown disse...

Medo disso...Li esse teu post logo depois de ter assistido "Efeito Borboleta".

Enfim, talvez por uma questão de defesa tenho esse "hábito" de guardar lá no fundo do baú "acontecimentos, palavras...Lembranças" que não me faria bem lembrar frequentemente.Isso é tenso, por que tenho cada vez mais pensado em fazer psicologia.

Ps.: Aceito à sugestão e ajuda que cê falou (y) Abrç.

Paula Barros disse...

É preciso coragem para mergulhar em um divã....ou melhor para mergulhar em si mesmo, muitas vezes é mergulhar em apnéia, mas com certeza se sai fortalecido, com as emoções mais equilibradas, com mais ar para se ir ao topo e voar lindo voos.

Quando temos algumas questões mal resolvidas, e sempre temos, elas se refletem nas relações.

Blogo, logo existo.

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"... E que fique muito mal explicado. Não faço força para ser entendido. Quem faz sentido é soldado..."

Mário Quintana