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26 dezembro 2010

"Doença" mental ou "Transtorno" mental?


Sempre que leio sobre os males que afligem a mente humana observo cuidadosamente os termos que são usados nessa abordagem, parece que os autores pisam em ovos quando vão falar dos problemas mentais.

Não é pra menos, por anos esses pacientes foram tratados como loucos que mereciam viver isolados em clínicas sujas, sujeitos à maus-tratos de todas as ordens. E quem era doido (com o devido perdão da palavra) de dizer que era louco? Quem em sã consciência optaria por essa vida? Nem se fosse louco ia querer.

Hoje em dia as coisas estão um pouco mudadas, o caráter da normalidade foi desbancado, pelo menos em parte, e as mazelas da mente passaram a ser entendidas como algo semelhante às outras doenças. Ou estou sendo muito otimista?

O movimento anti-manicomial (MAM) me parece o ápice dessa nova resolução. A sociedade como um todo não ostenta mais a bandeira da exclusão dos diferentes, mas procura integrá-los, sejam essas diferenças no campo social, sexual, religioso ou porque não, mental. Aparentemente a sociedade moderna está aprendendo a lidar com a da diversidade, parece que ela vem criando a consciência de que somos todos individuais e que devemos respeitar isso.

Bom, feito esse panorama atual e colocada em pauta essa evolução, notável, eu volto ao início, em que dizia que os autores parece pisarem em ovos quando escrevem sobre as mazelas da mente. Sempre observo com cuidado os termos que utilizam. Me pergunto, qual o correto, o melhor, o que soa mais coerente aos nossos ouvidos: "Doença" mental ou "Transtorno" mental?

Pelo que vejo cada dia mais se abandona a denominação de "Doença mental" para utilizar-se a terminlogia "Transtorno mental", pelo menos na área psiquiátrica/psicológica. Pra mim faz todo sentido, apesar de à primeira vista parecer que é a mesma coisa, pra mim "Doença" mental passa a idéia de algo contagioso, que se manifesta na pele, com feridas, algo físico mesmo. Ponto de vista meu. Já "Transtorno" mental me parece algo próprio dos pensamentos, algo que aflige as idéias, que perturba o indivíduo.

Claro que no fim das contas o que importa é o nosso entendimento diante desses males que afetam cada dia mais pessoas, de diversas formas distintas. De que adianta usar o termo "Transtorno" mental ao invés de "Doença" mental se o preconceito permanece impregnado nas palavras? É o mesmo que chamar um "Cego" de "Deficiente visual" e continuar sem ter coragem de ajudá-lo a atravessar a rua, ou deixar de chamar uma pessoa de "Aleijada" pra chamá-la de "Cadeirante" e continuar julgando-a uma inválida ou incapaz.

"Doença" mental ou "Transtorno" mental? No fim das contas não faz muita diferença, afinal o que carece de mudança é CONCEPÇÃO que temos desses indivíduos, e não uma terminação vocabular. Pensem nisso.



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Postagem relacionada:

Movimento antimanicomial
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[Mente Hiperativa]

8 comentários:

Camila Sousa de Almeida disse...

Gosto das suas reflexões, porém acredito também no poder das palavras. Já que elas são utilizadas por pessoas de todas as classes, idades, culturas, níveis de ensino, etc, elas podem ganhar diferentes compreensões e, quer queira quer não, cada uma tem um histórico... nem todo mundo que escuta e fala tem a bagagem que você tem para abstrair uma idéia essencial independente da palavra que se use para expressá-la. As palavras, dentro de nós, ecoam no inconsciente, unindo-se a outros contextos em que foi utilizada, para assim associarmos características comuns entre eles e fazermos certas pressuposições, mesmo que em forma de sensações não-racionais... compliquei demais? rs

Camila Sousa de Almeida disse...

Se não deu pra entender o que eu quis dizer, talvez seja porque as palavras que usamos faz diferença... rsrs ;)

Mente Hiperativa disse...

Um pouco confuso né... Rsrsrsrs

Eu acho que entendi o que você quis dizer, concordo que certas expressões carregam consigo um valor pejorativo, por isso mudamos os termos que usamos, queremos mudar mais que a palavra, queremos mudar o conceito e a perspectiva que essa palavra nos traz consigo. Mas tem gente que muda a palavra e permanece com o mesmo conceito... Não adianta.

Allyne Evellyn disse...

Acho massa seu interesse pelos transtornos mentais, serás pisiquiatra é....Nossa sociedade precisa de psiquiatras assim

Allyne Evellyn disse...

antes de mudar palavras devemos mudar atitudes!!!

Mente Hiperativa disse...

Po... agradeço muito o elogio, mas nem sei se vou seguir por essa área, na verdade não penso em seguir por aí, mas de qualque forma esse aprendizado e compreenssão toda levarei pra área que eu for, mais que isso, levarei pra vida.

Bjo

Paulo Francisco disse...

Eu não vou comentar sobre o significado desta ou daquela palavra... Até porque, amanhã estaremos mudando mais uma vez. No meu tempo porra era palavra feia, hoje se tornou vírgula. A palavra aluno que significa sem luz não mais será usada nas escolas todos serão estudantes (gastaram uma porrada de tempo no congresso discutindo a palavra - é foda!)
Para terminar digo: Gostei do seu texto!

Ministério disse...

Olá, blogueiro (a),

Salvar vidas por meio da palavra. Isso é possível.

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Acesse www.doevida.com.br e saiba mais.

Para obter material de divulgação, entre em contato com comunicacao@saude.gov.br

Atenciosamente,

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